Madge e Okada no palco do El Ojo 2015

Madge_Okada

A tarde do Ciclo de Conferências do El Ojo 2015 teve Jamie Madge, Worldwide Editor da Source Creative e Alexandre Okada, Global Creative Director da Mullen Lowe Worldwide para a Omo/Persil/Ala da Unilever, no palco do Hilton. O primeiro apresentou uma conferência em que mostrou um reel com os melhores talentos da direção e produção audiovisual a nível mundial. Okada mostrou em sua conferência Sangue, Suor e Ideias, que um mundo menos violento é possível.

No total, Madge apresentou dez trabalhos de profissionais de diferentes lugares como Inglaterra, França e Estados Unidos, entre outros. E este é nada mais e nada menos que o trabalho da Source Creative, empresa da qual Madge é Worldwide Editor. “Buscamos talento que não tenha sido detectado”, afirmou.

Depois de explicar que o objetivo é atuar como inspiração criativa, apresentou um total de dez curtas entre os que se destacaram: “The New International Sound”, da Gener8ion + M.I.A. (Direção Inigo Westmeier); “Omelette”, sob a direção de Madeline Sharafian; e “Moving On James”, com Ainslie Henderson como Diretora.

O critério para selecionar os trabalhos é que não tenham sido publicados em lugar nenhum. O objetivo da Source Creative é mostrá-los ao mundo para que diferentes classes de empresas possam se conectar com eles, e conhecer os diamantes brutos invisibilizados.

A apresentação de Madge no El Ojo foi similar a da Saatchi & Saatchi em Cannes com seu New Directors Showcase. No entanto, o Worldwide Editor da Source Creative destacou que a companhia que ele lidera o faz a cada duas semanas no máximo, e a S & S realiza uma vez por ano. Por outro lado, descreveu que nos dois casos se trata de mostrar profissionais que não sejam conhecidos pela indústria.

Diante de uma atenta plateia, Alexandre Okada apresentou em sua conferência “Sangue, Suor e Ideias”, soluções para que o mundo fique menos violento. Com o background de quem trabalhou nas mais importantes agências de publicidade do mundo, além de sua experiência com a propaganda política (participou da campanha de Dilma Rousseff no Brasil em 2010), Okada convocou os participantes a pensar ideias para coonseguir reduzir os indicadores de violência no mundo, e principalmente na América Latina. “Dos 10 países mais violentos do mundo, 9 estão entre o Caribe e América Latina. Não podemos aceitar isso passivamente. O primeiro passo é tratar a violência como problema. A partir daí poderemos começar a buscar soluções”, ressalto ao começar sua conferência.

Okada passou então a apresentar uma lista de ideias que, dentro do contexto específico onde foram concebidas, conseguiram não apenas terminar com sangrentas guerras, mas também reduzir o número de mortes violentas. Sua lista começou com Pelé, que junto com seus companheiros da lendária equipe do Santos conseguiu terminar com a guerra civil do Congo, em 1969. Isto foi possível graças à ideia de Pelé de oferecer que o Santos jogasse nesse país com a condição de que deixasse de lado as armas. “O futebol e uma boa ideia fizeram com que tudo terminasse em festa”, comentou. O exemplo seguinte também ligado ao futebol foi a história do craque Didier Drogba, que graças a sua iniciativa de pedir a paz conseguiu em 2006 terminar com a guerra civil na Costa do Marfim.

Depois, Okada apresentou a iniciativa do Invisible Children, que graças a uma enorme mobilização que se tornou global, conseguiu terminar com o sequestro de crianças e a guerra civil em Uganda, África, junto ao império do LRA (Lord´s Resistency Army). “Pensemos que o conflito e o sequestro de crinaças já durava 27 anos e uma só ideia, que pôde conscientizar o mundo para o problema, o solucionou”, disse.

Em seguida veio o exemplo ligado a uma marca. Tratou-se do case Coffee x Gangs, de Honduras. A ideia veio da marca de café Kenco, da multinacional Mondelez, que impulsionou um programa para afastar 20 jovens das ruas de Honduras, aproximando-os de uma realidade mais promissora: o café, um dos pilares da economia Hondurenha. O projeto conseguiu não apenas tirar estes 20 jovens da marginalidade, mas também que outros milhares de jovens fossem impactados, conseguindo reduzir a violência em Honduras.

O exemplo de Gary Slutkin também foi mencionado na apresentação de Okada. Slutkin, um epidemiologista norte-americano que viveu 20 anos na África, desenvolveu em Chicago, Estados Unidos, a teoria dos “interrupters”, grupos de pessoas capazes de frear a violência de rua na cidade somente influenciando outras pessoas e evitando seu contágio pela violência, da mesma maneira como ocorre com as epidemias globais. “Sua iniciativa conseguiu reduzir em 70% os índices de violência em Chicago”, comentou.

Para encerrar sua conferencia, a grande lição de Okada: “1 de cada 4 ideias premiadas na publicidade vem da América Latina, o que significa que somos verdadeiramente uma potência criativa. Que efeito poderíamos provocar se alguma destas grandes ideias estivesse focada em solucionar o problema da violência? Certamente, com muito suor e ideias poderemos ter menos sangue na América Latina”, finalizou Okada.

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